A BNCC de matemática para os anos finais no contexto de prática: possibilidades de autonomia do professor

Autores

  • Valmíria Barcellos Pereira Universidade Federal Fluminense
  • Marcelo Oliveira Dias Universidade Federal Fluminense

Palavras-chave:

Reforma curricular. BNCC. Matemática. Insubordinação Criativa.

Resumo

Este artigo apresenta dados de uma pesquisa de Mestrado em Ensino vinculado ao Instituto do Noroeste Fluminense de Educação Superior (INFES- Santo Antônio de Pádua - RJ). Foi selecionado um excerto que visa por meio de ferramentas analíticas de Michel Foucault, problematizar as tensões advindas com a instituição da Base Nacional Comum Curricular e seus desdobramentos no cotidiano docente. Descreve-se um estudo qualitativo com a cartografia rizomática a partir de trechos da base e das vozes de quatro professores de Matemática da rede municipal de Miracema, município situado na região noroeste do Estado do Rio de Janeiro. São pistas de um contexto onde os professores são tomados como despreparados, carentes de formação e atualização, sendo então tanto alvo quanto atores das mudanças pretendidas, que conjugam práticas de regulação e avaliação. Na fala, foram retratados alguns desses desafios e uma das possibilidades de autonomia por meio do exercício da insubordinação criativa, como defendem D

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Valmíria Barcellos Pereira, Universidade Federal Fluminense

Professora das redes municipal e estadual. Mestranda em Ensino pelo INFES - Instituto do Noroeste Fluminense de Educação Superior - UFF, Santo Antônio de Pádua

Marcelo Oliveira Dias, Universidade Federal Fluminense

Doutor em Educação Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2012). ? Pós doutor em Educação, especialidade em Didática da Matemática pelo Instituto de Educação (IE) da Universidade de Lisboa (UL) e em Educação pela Universidade Federal na Bahia (UFBA). Atualmente é professor Adjunto da Universidade Federal Fluminense e Docente Permanente do Programa Stricto Sensu de Pós Graduação em Ensino (PPGEn/UFF/INFES) , atuando na Linha de Pesquisa: Práticas Pedagógicas e Formação de Professores. Também é docente permanente do Programa de Pós Graduação em Educação em Ciências e Matemática (PPGEduCiMat) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). 

Referências

ALVIM, D. M. Foucault e o primado das resistências. Cadernos de ? tica e Filosofia Política, v. 1, n. 20, p. 22-30, 2012. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/cefp/issue/view/4600. Acesso em: nov. 2019.

BARROS, R. B.; PASSOS, E. A Cartografia como método de pesquisa-intervenção. In PASSOS, E., KASTRUP, V. & ESCOSSIA, L. (Orgs.). Pistas do método da Cartografia: pesquisa e produção de subjetividade. (pp. 17-31). Porto Alegre: Editora Sulina, 2015.

BARROS, L. P.; KASTRUP, V. Cartografar é acompanhar processos. In: Passos, E. KASTRUP; V.; ESC? SSIA, L. Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2012, p. 52-75.

BRI? O, G. Algumas insubordinações criativas presentes na prática de uma professora de matemática. In. Ousadia criativa nas práticas de educadores matemáticos / Beatriz Silva D`Ambrosio, Celi Espasandin Lopes, organizadoras. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2015. p. 87-102. Coleção Insubordinação Criativa.

CAIO, E. A. de G. AVALIA? ? ES EXTERNAS E CONSEQU? NCIAS COMUNS NA PRÁTICA EDUCATIVA XII Encontro Nacional de Educação Matemática. Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades São Paulo ? SP, 13 a 16 de julho de 2016.

D? AMBROSIO, B. S. A subversão responsável na constituição do educador matemático. Comunicação Científica, En G. Obando (ed). 16º Encuentro Colombiano de Matemática educativa. Bogotá. CO: Asociaciòn Colombiana de Matemática Educativa, 2015, p. 1- 8.

D? AMBROSIO, B. S.; LOPES, C. E. Trajetórias profissionais de educadoras matemáticas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2014.

D'AMBROSIO, U.; D'AMBROSIO, B. The role of ethnomathematics in curricular leadership in mathematics education. Journal of Mathematics Education at Teachers College. New York/NY, n. 4, p.10-16, 2013.

DEACON, R.; PARKER, B. Educação como sujeição e como recusa. In: SILVA, T. T. (Org.). O sujeito da educação: estudos foucaultianos. 8. ed. Petropólis: Vozes, 2011.

DOURADO, L. F.; OLIVEIRA, J. F. Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os impactos nas políticas de regulação e avaliação da educação superior. In: AGUIAR, M.A; DOURADO, L. F (Org). A BNCC na contramão do PNE 2014-2024: avaliação e perspectivas. Recife: ANPAE, p. 28 a 43, 2018.

EVANGELISTA, M. N.; PAULA, M. de F. C. de. Currículo e produção de subjetividades. Práxis Educacional. v. 15, n. 33, p. 186-207, jul./set. 2019.

EVANGELISTA, O.; SEKI, A. K.; SOUZA, A. G. de. Formação docente no Brasil pós- 2000: lances de um massacre intelectual. Florianópolis: UFSC, p. 1 ? 31, 2018.

FERNANDES, S.H.A.A.F; HEALY, L.Educação Matemática, um bem comunitário? Resistindo à normalização e a hegemonia do simbólico. Boletim GEPEM, nº 76, p. 202-220, jan./jun. 2020.

FERREIRINHA, I.M.N.; RAITZ, T. R. As relações de poder em Michel Foucault: reflexões teóricas. Revista Administração Pública. Rio de Janeiro, v. 44, n. 2, mar./abr. 2010

FILHO, K. P.; TEDI, M. M. A cartografia como método para as ciências humanas e sociais. Barbarói, Santa Cruz do Sul, n.38, p.45-59, jan./jun. 2013.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso ? Aula inaugural no College de France. Pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola, 1996.

FOUCAULT, Michel. Entretien avec Michel Foucault. In: Dits et ? crits III ? 1976-1979. Paris: Gallimard, 1977, p.140-160.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2010.

FOUCAULT, Michel."La vie des hommes infâmes". In: Dits et ? crits III - 1976-1979. Paris: Gallimard, 1977a, p.237-253.

FOUCAULT, M. Diálogo sobre o poder. In: FOUCAULT, M. Ditos e escritos IV: estratégia poder-saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003, p.253-266.

FOUCAULT, M. Sobre a História da sexualidade. In: DREYFUS, H.; RABINOW, P. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2000.

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: Nascimento da prisão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001b.

FOUCAULT, M. História da loucura na Idade Clássica. São Paulo: Perspectiva, 1972.

FREITAS, A. V.; RIBEIRO, W. G. Disputas pela Base Nacional Comum Curricular: pensando em diferença e em educação. Revistas Teias, Rio de Janeiro, v. 19, 2018, n. 54, p. 333 ? 347, jul. / set., 2018.

FREITAS, L. C. de. IDEB: pode ser pior do que parece. Avaliação Educacional.- Blog do Freitas. Publicação em 06/09/2014. Disponível em: http://avaliacaoeducacional.com/2014/09/06/ideb-pode-ser-pior-do-que-parece/. Acesso em: jan. 2020.

GALLO, S.; VEIGA-NETO, A. Ensaio para uma filosofia da educação. Revista Educação. São Paulo, Especial Biblioteca do Professor 3: Foucault pensa a Educação, p. 16-25, 1 mar. 2007.

GUTIERREZ, R. Mathematics teachers using creative insubordination to advocate for student understanding and robust mathematical identities. In: MARTINEZ, M.; CASTRO SUPERFINE, A. (Eds.). Proceedings of the 35th annual meeting of the North American Chapter of the Inter-national Group for the Psychology of Mathematics Education. Chicago, IL: University of Illinois at Chicago, 2013. p. 1248-1251.

LAZZARATO, M. O governo das desigualdades: crítica da insegurança neoliberal. São Carlos: EDUFSCar, 2011.

LOPES, A. C. Apostando na produção contextual do currículo. In. AGUIAR, M.A; DOURADO, L.F (Org). A BNCC na contramão do PNE 2014-2024: avaliação e perspectivas. Recife: ANPAE, 2018, p. 23 a 27.

NETO, F.J.E.; CAMPOS, G.R. O impacto do neoliberalismo na educação brasileira. XIII EDUCERE, Congresso de Educação. Curitiba, PR, 2017, p. 6.

PASSOS, C. L. B.; SOUZA, A, P, G de. Insubordinação criativa e tecnologia informática: experiências de ensino e de formação de professores que ensinam matemática (Coleção Insubordinação Criativa). P. 169-196. Mercado de Letras, Campinas, SP, 2015.

PONCE, B. J. O currículo e seus desafios na escola pública brasileira: em busca da justiça curricular. Currículo sem Fronteiras, v. 18, n. 3, p. 785-800, set./dez. 2018. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol18iss3articles/ponce.pdf. Acesso em: jan. 2020.

REVEL, J. Biopolítica. In: Michel Foucault: conceitos essenciais. São Carlos/SP: Claraluz, 2005.

SANTOS, L. L. de C. P.; DINIZ-PEREIRA, J. E. Tentativas de padronização do currículo e da formação de professores no Brasil. Caderno Cedes. Campinas, v. 36, n. 100, p. 281-300, set./dez., 2016.

SEEDUC ? RJ ? Currículo mínimo 2013, Rio de Janeiro.

SOUZA, A. C.; OLIVEIRA, D. A aprendizagem, a prática docente e alguns indícios de insubordinação criativa de professoras que ensinam matemática na infância. In. Ousadia criativa nas práticas de educadores matemáticos / Beatriz Silva D? Ambrosio, Celi Espasandin Lopes, organizadoras. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2015. p. 43? 63. (Coleção Insubordinação Criativa).

TREVISOL, M. G.; ALMEIDA, M. L. P. A incorporação da racionalidade neoliberal na educação e a organização escolar a partir da cultura empresarial. Educação e emancipação. Dossiê Temático v. 12, n. 3, p. 200-222, set./dez. 2019.

VALLE, J. C. A.; CONRADO, A. L. Alteridade nos currículos de Matemática: a inversão do vetor e a ação dos atores na escola. Teias, v. 20, n. 59, p. 106-121, out/dez. 2019. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/45284/31598. Acesso em: nov. 2019.

VEIGA-NETO, A. Educação e governamentalidade neoliberal: novos dispositivos, novas subjetividades. In: PORTOCARRERO, V.; CASTELO BRANCO, G. (Org.). Retratos de Foucault. Rio de Janeiro (RJ): NAU, 2000.

Downloads

Publicado

2021-01-26

Edição

Seção

Dossiê: A mobilização do conceito de insubordinação criativa nas pesquisas em educação