Sorria, você está sendo filmada: insubordinações criativas com vídeo gravação na pesquisa narrativa
Palavras-chave:
vídeo gravações, pesquisa narrativa, insubordinação criativaResumo
O artigo conta a história de pesquisa de tese de doutorado de uma pesquisadora e professora que utilizou vídeo gravação como recurso de produção de dados de uma pesquisa narrativa com foco no pensamento estatístico na infância. Apresenta os caminhos tomados para a produção de dados e a escrita da tese, bem como os trajetos insubordinados que o trabalho tomou a partir do olhar para os vídeos e a ajuda de colegas de grupo de pesquisa que cuidavam das filmagens e que acabaram se tornando parceiras por lançarem seus olhares críticos através das lentes da câmera. Esses caminhos levaram a reflexões sobre nuances e dilemas enfrentados com o uso da filmagem na sala de aula, a simultaneidade desse lugar único, e a necessidade de foco em uma pauta de pesquisa. O processo de colaboração e reflexão envolto nas filmagens propiciou a percepção não apenas do que acontece diante das câmeras, mas por detrás delas, a percepção do antes e depois da filmagem e até mesmo as coisas que não foram filmadas, mas sentidas e ficaram gravadas na memória. O olhar para a sala de aula em parcerias a partir de vídeo gravações levou as pesquisadoras a assumirem, de maneira plural, uma postura insubordinada e criativa diante das escolhas e das formas de escrita de tese. Levando em consideração questões éticas da narrativa como a pesquisa da vida, defendem que os meios de produção de dados também tenham vida e que as escritas de uma tese contem histórias de vida envolvendo pessoas integrais que se emocionam, que pensam e que se movem, enquanto relacionam presente, passado e futuro.
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