AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES E OS DESAFIOS DE EDUCAR NA PANDEMIA


NIÑOS Y ADOLESCENTES Y LOS RETOS DE LA EDUCACIÓN EN LA PANDEMIA


CHILDREN AND ADOLESCENTS AND THE CHALLENGES OF EDUCATING DURING THE PANDEMIC


Nayana dos Santos FLEXA1 Nonato Márcio Custódio MAIA SÁ2


RESUMO: A atual realidade da educação brasileira é reflexo de tomadas de decisão na gestão a nível nacional. Muitos são os percalços que assolam crianças e jovens no Brasil, incluindo questões de ordem socioeconômica, política, cultural e educacional. A partir do exposto, esse trabalho delimita-se a partir de uma revisão bibliográfica qualitativa, do tipo descritiva. O objetivo é analisar e discutir os impactos em crianças e adolescentes decorrentes da falta da convivência e uma rotina escolar. Secundariamente, visa refletir a importância de um olhar para a educação e a saúde das crianças e adolescentes em tempos de isolamento social. Os resultados apontam para 25 artigos selecionados que mostraram em suas discussões as chances do Brasil em adquirir conhecimento e minimizar os efeitos ao período de fechamento das escolas. Por fim, espera-se que o estudo possa dar maior visibilidade ao problema, uma vez que ao serem partilhados os conhecimentos, contribui- se para o aperfeiçoamento do educador frente ao atual cenário educacional.


PALAVRA-CHAVE: Educação. Desigualdade. Pandemia COVID-19. Terapia ocupacional.


RESUMEN: La realidad actual de la educación brasileña es un reflejo de la toma de decisiones de gestión a nivel nacional. Son muchos los contratiempos que aquejan a los niños y jóvenes de Brasil, incluyendo cuestiones de orden socioeconómico, político, cultural y educativo. Con base en lo anterior, este trabajo se delimita de una revisión bibliográfica cualitativa, de tipo descriptivo. El objetivo es analizar y discutir los impactos en los niños y adolescentes derivados de la falta de convivencia y rutina escolar. En segundo lugar, pretende reflejar la importancia de una mirada a la educación y la salud de los niños y adolescentes en tiempos de aislamiento social. Los resultados apuntan a 25 artículos seleccionados que mostraron en sus discusiones las posibilidades de Brasil para adquirir conocimientos y minimizar los efectos al período de cierre de las escuelas. Finalmente, se espera que el estudio pueda dar mayor visibilidad al problema,


1 Universidade da Amazônia (UNAMA), Belém – PA – Brasil. Graduação em Terapia Ocupacional. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1423-1742. E-mail: nayannaflexa42@gmai.com

2 Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém – PA – Brasil. Docente do Departamento de Terapia Ocupacional. Doutorada em Doenças Tropicais (UFPA). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8673-6956. E-mail: marciosa16@gmail.com


ya que al compartir el conocimiento, se contribuye a la mejora del educador frente al escenario educativo actual.


PALABRAS CHAVE: Educación. Desigualdade. Pandemia COVID-19. Terapia ocupacional.


ABSTRACT: The current reality of Brazilian education is a reflection of management decision-making at the national level. Many are the obstacles that beset children and young people in Brazil, including socioeconomic, political, cultural, and educational issues. Based on the above, this work is delimited from a qualitative bibliographic review, of the descriptive type. The objective is to analyze and discuss the impacts on children and adolescents resulting from the lack of coexistence and a school routine. Secondarily, it aims to reflect on the importance of a look at the education and health of children and adolescents in times of social isolation. The results point to 25 selected articles that showed in their discussions the chances of Brazil to acquire knowledge and minimize the effects to the period of school closure. Finally, it is expected that the study can give greater visibility to the problem, since by sharing knowledge, it contributes to the improvement of the educator facing the current educational scenario.


KEYWORDS: Education. Inequality. Pandemic COVID-19. Occupational therapy.


Introdução


A obra cinematográfica Harry Potter e as Relíquias da Morte: parte I (2010) inicia-se através do pronunciamento do Ministro da Magia Rufo Scrimgeour (Bill Nighy). Diante de um enfático discurso, o Ministro diz: “São tempos sombrios, não há como negar. Nosso mundo jamais enfrentou ameaça maior do que a que enfrenta hoje [...]”. Fala essa que reflete a condição atual que presenciamos, em meio à crise econômica, social e sanitária aprofundada pela pandemia do novo COVID-19 (BRAATZ; WICKERT; KRAMER, 2021). Embora o excerto se refira a um cenário de ficção, a realidade não se mostra muito distante dos retratos do mundo das artes. Dessa forma, nos resta o desafio de encarar as bruscas mudanças e a adesão a novos hábitos, como: isolamento social, lock-down, uso de máscaras faciais, do álcool para desinfecção constante das mãos, ambientes e objetos (SANTOS; CARDOSO, 2021).

Segundo Ferraz, Ferreira e Ferraz (2021), não é mais o consumismo que integra as faltas do nosso tempo, visto que somos instigados apenas a gastar o necessário, relacionar-se com os familiares mais próximos e enxergar a nossa casa como um lugar de lazer, trabalho, educação e um refúgio de proteção e de permanente convivência. Complementado por Loiola, Diab e Grullon (2021), além dos desafios apontados


anteriormente, não podemos desconsiderar os danos causados na educação mundial, em particular, na brasileira.

Ainda conforme as autoras, sob grande pressão a comunidade educativa está, devido ao fechamento imediato e sem aviso das instituições de ensino do primário ao universitário, paralisação completa do ensino em sala de aula, cortes na pasta do Ministério da Educação – MEC, o descrédito aos profissionais do ensino e os inúmeros ataques às instituições de ensino e pesquisa. Além disso, os familiares estão exercendo suas atividades profissionais e tendo que arcar com a educação de seus filhos em casa (FERRAZ; FERREIRA; FERRAZ, 2021).

Mattjie (2020) enuncia que antes mesmo da pandemia do COVID-19 a educação brasileira já enfrentava inúmeros obstáculos. Com o fechamento das escolas, não seria de se admirar que ocorresse um enorme impacto. Os pais, professores, instituições de ensino e alunos estão passando por um grande desafio.

Complementar ao discorrido, Guerra (2019) aponta que de acordo com as redes sociais temos presenciado mudanças significativas, como o fato de que os professores se tornaram youtubers, os pais se transformaram em professores e ainda pensam algumas escolas em só dar conta de um conteúdo que muitas vezes não está revertido para a realidade das crianças e suas famílias.

Ainda de acordo com a autora acima citada, há também crianças que possuem transtornos de aprendizagem, são público-alvo da Educação Especial, dentre outras dificuldades que, se antes, presencialmente, já ocorriam obstáculos à inclusão, atualmente está muito difícil de acompanhar o ensino e a aprendizagem no modo online. Há outros problemas, como a falta de acesso à internet ou tecnologias digitais, como: computadores, tabletes ou celulares. O mesmo segue aos professores que não dispõem dessas tecnologias, ou não se sentem capacitados para utilizá-las.

Diante do exposto, o presente artigo teve o seguinte questionamento: Como ficarão nossas crianças e adolescentes?

A partir disso, objetiva-se analisar e discutir os impactos nas crianças e adolescentes da falta de convivência e de uma rotina escolar. Como objetivo secundário, o trabalho visa refletir acerca da importância de um olhar para a educação e saúde das crianças e adolescentes em tempos de isolamento social.


Métodos


Do ponto de vista metodológico, trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, qualitativa, do tipo descritiva. Para Lakatos e Marconi (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica “[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado [...] sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto”.

A abordagem de cunho qualitativo, segundo Triviños (1987 apud OLIVEIRA, 2011), busca trabalhar os dados buscando seu significado, tendo como base a percepção do fenômeno dentro do seu contexto. Ainda de acordo com o autor, quanto ao estudo descritivo, pretende descrever “com exatidão” os fatos e fenômenos de determinada realidade.

Foram utilizados para composição do referencial teórico os ambientes virtuais nas bases de dados: Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações – BDTD; Google Acadêmico – Scholar Google; Rede de Revistas Científicas da América Latina e Caribe, Espanha e Portugal – Redalyc e Scientific Electronic Library Online – SCIELO.

Para a seleção dos materiais, utilizou-se como critério autores que tratem diretamente ou correlatos sobre a educação de crianças e adolescentes durante a pandemia, e os materiais foram divididos em três critérios, como mostra a Figura 1 abaixo:


Figura 1 – Critérios


Fonte: Elaborado pelos autores


A análise dos dados coletados foi realizada a partir da técnica de análise de conteúdo adaptada de Bardin (1979), tendo os seguintes passos de análise: (a) leitura exaustiva dos artigos visando uma compreensão global de seus autores; (b) identificação e classificação das ideias centrais de cada artigo; (c) comparação e classificação na qual giravam as discussões dos autores, e; (d) redação das sínteses interpretativas de cada tema.


Resultados


Consistiram em duas etapas de análise dos resultados, sendo a primeira etapa o levantamento bibliográfico, em que se obteve um total de 353.785 resultados das seguintes palavras chaves utilizadas:


  1. Descritor, “Educação, Pandemia e Terapia Ocupacional”. Cerca de 40.100 resul-tados no Scholar Google, 4.585 para Redalyc, 226 da BDTD e apenas 17 no SCIELO.

  2. Descritor, “Impactos pela COVID-19. 22.100 resultados no Scholar Google, 11 na BDTD, 06 no SCIELO e apenas 02 da Redalyc;

  3. Descritor, COVID-19 e crianças/adolescentes”. 22.00 resultados no Scholar

Google, 03 no SCIELO e zerados no Redalyc e BDTD.


Resultando o total de 44 artigos, sendo 23 publicações no Scholar Google, 09 na SCIELO, 10 pra Redalyc e apenas 02 da BDTD. Os quais estão apresentados na Tabela 1:


Tabela 1 – Identificação dos artigos


Scholar Google

(2020) Shearley Lima TEIXEIRA

Fonte: Elaborado pelos autores


Na segunda etapa realizou-se a leitura exaustiva (dos títulos, resumos/abstracts, objetivos e resultados) utilizando a análise de conteúdo; notou-se na releitura que certas publicações não preenchiam aos critérios, restando 25 artigos selecionados que possuem conteúdos relevantes para esta pesquisa.


Discussão


Ensinar e Aprender com a Pandemia COVID-19


O mundo passa por transições e a educação igualmente, mas Aguiar (2020) diz que não se altera o ensinar de um dia para o outro, diariamente a pandemia vem nos provando isso com os desafios que surgem. Complementa nesse sentido Nhantumbo (2020), que as plataformas on-line não são assim tão fáceis de trabalhar.


Quadro 1 – Desigualdades no ensino remoto


Artigo

Objetivo

[3] Alguns apontamentos para uma crítica da educação a distância (EaD) da educação brasileira em tempos de pandemia

Apresentar um quadro básico que articule três elementos fundamentais deste processo.

[7] Convivência virtualizada entre escola e lar em tempos de pande- mia: Uma reflexão sócio-educativa

Pensar nestes tempos sobre a reconfiguração da convivência espaço-tempo entre

escola e lar com base em três aspectos: temporalidade escolar, formato escolar e contextos de desigualdade educacional.

[8] Coronavírus e desigualdades educacionais: Reposicionando o de-bate

Tencionar tanto as estratégias adotadas por instituições de ensino, com o predomínio das mediações tecnológicas e utilização de ferramentas digitais, quanto os desafios de educar democraticamente no contexto atual.

[9] COVID-19 possibilida-des

e

educação:

Resistências,

desafios

e

(im)

Tecer reflexões sobre os impactos e desafios do COVID-19 na educação.

[11] Educação e infância: pandemia, tecnologias e o distanciamento das crianças

Apresentar as tensões advindas do debate em torno da chamada educação à distância (EaD) na educação infantil.

[12] Ensino a distância, dificuldades presencias: Perspectivas em tempos de COVID-19

Analisar as dificuldades impostas à concretização do processo de ensino-apren- dizagem em razão das imposições da pandemia incidindo sobre o Direito Humano

à Educação.

[13] Famílias e escola em tempos de pandemia: Faces das desigual- dades educacionais em postagens do Facebook.

Analisar aos discursos sociais a respeito dos impactos da pandemia no campo da educação a partir de imagens de um post “viralizado” e os comentários gerados na

re-de social Facebook sobre o assunto.

Fonte: Elaborado pelos autores


Optou a autora do artigo [12] dar vez e voz para um dos elos mais significativos da educação, tendo entrevistado 10 educadores, sendo: cinco de escola pública e cinco em escola privada. Tais experiências indicaram que em tempos de pandemia o ensino- aprendizagem cerca-se em dúvidas e não em certezas: apesar da comunicação viável com os alunos, o virtual requer um alto e estrutural empenho, bem como a saúde dos professores.

Esses aspectos desencadearam problemas, como: invasão à privacidade na vida dos professores; estresse na elaboração e organização das aulas (algo que duraria 50 a 60 minutos, tem se alterado em 04 ou 05 horas para a criação de uma única vídeoaula). Associado a isso também presenciamos o obstáculo dos professores em utilizar os instrumentos e aplicativos tecnológicos para preparar as atividades remotas (encontram- se muitos entendendo agora a usar) (FERRAZ; FERREIRA; FERRAZ, 2021).

Ainda de acordo com as autoras, tais acontecimentos transportam aos professores complicações, como: o medo, a impressão de insegurança e principalmente a precarização do seu trabalho, pois demasiadas atribuições foram delegadas aos professores, assim


como aos alunos e seus familiares. Sujeitos esses com suas indecisões, incertezas e apuros.

Além das adversidades já existentes, a pandemia escancarou o quão grave é a escassez de acesso aos recursos tecnológicos digitais de informação e comunicação. Pensando nisso e em conhecer a realidade dos impactos por meio das redes sociais, a autora do artigo [13] analisou os comentários gerados a partir de um post “viralizado” no Facebook.

Deve-se observar atentamente a prática educativa, a fim de que se leve com apreço a situação dos estudantes, os quais encontram-se em vulnerabilidade racial/social, e com isso buscar medidas voltadas a essas acessibilidades, em cooperação conjunta com a comunidade e os profissionais da educação, em acordo com os direitos humanos (REIS, 2020).

Apontaram Castells (1999) e Harari (2016) os danos aos avanços e novidades tecnológicas digitais para a vida e os agravos relacionados à exclusão digital, levando a discutir o acesso emergencial da expansão aos meios digitais de informação e comunicação, visto que os gestores públicos e setores produtivos da sociedade brasileira compreenderam mal e negligenciaram essa questão durante décadas, considerando assim que seria algo não essencial para a sobrevivência das pessoas e que existiam outras prioridades para investimento.

Segundo Martins (2020), o EaD chegará ao fim, não por ter sucumbido, muito menos por não ter contribuído para o aumento do número de pessoas que concluíram a educação formal média/superior. O seu fim será a confirmação que seu desmembramento como categoria, “diferente” da educação normal: isso não faz mais sentido, dado que já não há Educação a Distância ou Educação Presencial. Precisamos da Educação “inteira”, processo estratégico e integral, que nos apoie na construção de um futuro melhor para a humanidade.


Impactos da COVID-19 em crianças e adolescentes


Em ocasiões de crise, possuímos inúmeras preocupações, sobretudo quando contemos crianças e/ou jovens, visto que são os mais afetados, pois, são emocionalmente mais frágeis. 10 publicações (Quadro 02) trazem como esse grupo está lidando com essa nova realidade totalmente diferente, da qual conheciam.


Quadro 2 – Impactos emocionais e cotidianos


Artigo

Objetivo

[1] Adolescer em meio à pandemia de Covid-19: Um olhar da teoria do amadurecimento de Winnicott

Refletir a partir da teoria do amadurecimento de Winnicott sobre as implicações

da pandemia de Covid-19 e das medidas de isolamento social para a saúde mental dos adolescentes.

[06] Impacto emocional imediato do COVID-19 em crianças e ado- lescentes e suas famílias

Estudar as reações emocionais dos pais e das crianças ao diagnóstico, bem como os sintomas de ansiedade, depressão e estresse uma semana depois; determinar

fatores associados à percepção da doença; avaliar o impacto emocional de um programa intervenção em crise.

[14] Isolamento social: Consequências inatividade física em crianças e adolescentes

físicas

e

mentais

da

Apresenta as possíveis consequências para saúde física e mental de crianças e adolescentes, que ficarão longos períodos em quarentena por conta da pandemia do COVID-19.

[15] O olhar das crianças/adolescentes sobre a pandemia COVID- 19 e a Psicologia

Procurar perceber qual o olhar das crianças face desta crise conhecida por “qua- rentena”, “pseudoférias”, “guerra”, “pausa forçada da escola”, “inimigo oculto” e co-mo pode ou poderá a psicologia intervir de uma forma positiva e simplificada.

[16] O uso intensivo da internet por crianças e adolescentes no con- texto da COVID-19 e os riscos para violências autoinflingidas

Busca discutir as implicações do isolamento social devido à pandemia do COVID-

19 para o uso intensivo da internet entre crianças e adolescentes e suas possíveis consequências para a prática de violências autoinflingidas.

[18] Os efeitos da pandemia de COVID-19 na saúde mental das crianças

Descrever e analisar a partir do discurso de crianças do ensino fundamental, os efeitos da pandemia de Covid-19 em relação á sua saúde mental.

[19] Pandemia de Covid-19: Guia prático para promoção da saúde mental de crianças e adolescentes

Fornecer ao pediatra recomendações úteis para ajudar as famílias a minimizar o

impacto da pandemia de COVID-19 e do isolamento social na saúde mental de crianças e adolescentes.

[20] Proteção de crianças e adolescentes no contexto da pandemia

da COVID-19: Consequências e medidas necessárias para o enfrentamento

Chamar atenção para algumas das principais áreas que podem afetar crianças e adolescentes no momento atual e no período pós-pandemia e que demandam respostas por parte das famílias, da sociedade e do Estado.

[23] Terapia Ocupacional, cotidiano e pandemia COVID-19: in- quietações acerca do ocupar o tempo-espaço

Problematizar a prática profissional do terapeuta ocupacional diante do fenômeno Pandemia COVID-19.

[25] Terapia ocupacional em tempos de pandemia: seguridade social e garantias de um cotidiano possível para todos

Resposta de terapeutas ocupacionais à pandemia de CoVID-19, assinalando o pro-

fundo impacto nas vidas, saúde e bem-estar dos sujeitos, famílias e comunidades ao redor do mundo.

Fonte: Elaborado pelos autores


Em meio à crise atual, há abalo na saúde mental e comportamento dos pequenos. Talvez não aparente, mas o público infanto-juvenil tem enfrentado a pandemia de numerosas formas. Para entender melhor como esse público está lidando com a situação, os autores do artigo [15] entrevistaram 23 crianças e adolescentes de idades entre 4 e 18 anos. A grande maioria dos participantes relatou sentir-se tristes, aborrecidos, chateados, zangados e com saudades de poder fazer as coisas que gostavam, fora das suas casas.

A preparação para a regulação emocional das crianças e adolescentes numa época de isolamento é uma condição primordial, concernindo com a desregulação emocional capaz de se dar nesta situação nova, em que as emoções se encontram à “flor-da-pele”, sendo necessário que as crianças e adolescentes assimilem e gerem consciência dos seus sentimentos (KIVISTO et al., 2015).

Comenta o psicólogo Fabrício Ribeiro que “A pandemia da COVID-19 submeteu a rotina uma adaptação tanto de adultos, quanto das crianças e adolescentes”. Para o especialista, causam isso numerosos transtornos gerados pela intensa coabitação e carência de atividades em espaços públicos. Todavia, alerta-se para as realidades vividas pelo público, como: as condições financeiras da família, a estrutura das residências, as condições do bairro ou pela possibilidade de realizar ou não o isolamento social etc (COSTA, 2020).


Neste sentido, o presente momento de enfrentamento à COVID-19 carece que reflitamos acerca de como andamos ocupando o nosso tempo no decurso desse período de isolamento social, seja de forma individual ou coletiva. As autoras dos artigos [23] e

[25] sugerem uma consulta com Terapeuta Ocupacional, em razão da dificuldade no planejamento e/ou realização das suas tarefas e atividades diárias. Segundo Silva (2020), o Terapeuta Ocupacional é um profissional que estuda e aplica seus conhecimentos em prol de proporcionar às pessoas estratégias para organizarem seu tempo, conforme o contexto em que se inserem, seus interesses e necessidades frente às expectativas sociais. A Associação Australiana de Terapeutas Ocupacionais, com atenção exclusivamente no cotidiano da população, divulgou um guia denominado “Vida normal tem sido interrompida: manejando rupturas causadas pela COVID-19” (OTA, 2020), o qual foi traduzido pela Associação Cultural dos Terapeutas Ocupacionais do Estado do Paraná – ACTOEP, para o português, sob o título “Orientações práticas para rotinas saudáveis: aprendendo a lidar com as mudanças de rotina devido ao COVID-19” (ACTOEP, 2020). Esse documento dispõe de informações fundamentais para o planejamento da vida diária em termos de produtividade, autocuidado, lazer, ambiente, rotina e exercício pessoal. Sugere ainda dicas práticas em prol da execução das atividades diárias no isolamento doméstico, simultaneamente com orientações e recomendações

para a manutenção da saúde física e mental.

Embora seja uma medida fundamental, se espera que o isolamento social provoque danosos efeitos psicológicos, sendo capaz de expandir para males físicos em distintas faixas etárias, especialmente nas crianças e adolescentes que deixaram de estar na escola (LOU RENÇO; SOUZA; MENDES, 2019).

Calhando com o que os autores dos artigos [06], [14] e [19] apontam em seus estudos, é necessário refletir acerca de alguns efeitos da Covid-19 na saúde mental infanto-juvenil, procurando trazer importantes sugestões a fim de amparar as famílias com o propósito de reduzir os impactos da pandemia e do isolamento social na saúde mental desse público.

Afirma Rich (2020 apud Marcelino, 2020) que entidades como o Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF contam com o desenvolvimento de guias no sentido de amparar pais e cuidadores de crianças e adolescentes com a maneira mais adequada de dialogar com o público quanto à atual realidade.


Acerca das crianças e adolescentes que não veem o lar como um local dos mais seguros, os artigos [16] e [20] apontam que a escola é uma importante rede apoio. Entretanto, aproximadamente 1,5 bilhões dessas crianças e adolescentes em todo mundo encontram-se fora da escola, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO (2020), em razão da COVID-19.

Apontam Bassan (2020), Golfieri, Andrian (2020) e WHO (2020) que distintos países, como Brasil, China, Estados Unidos da América, França e Reino Unido, têm notado a crescente violência contra as mulheres, crianças e adolescentes no decorrer do isolamento social, ao realizarem uma revisão breve a respeito da temática em mídias sociais e internet.

Independentemente do surgimento da pandemia da COVID-19, já era preocupante a situação dos meninos e meninas que passam por violências em seus lares, uma vez que muitas vezes o abusador ou agressor é alguém próximo à vítima (SILVA; OLIVEIRA, 2020).

Ainda de acordo com os autores, é provável que cresça o índice de violência à medida que a pandemia continue, em razão de alguns problemas de ordem econômica, do desemprego ou abuso no consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas, que potencializam os conflitos domiciliares.

Embora os estudos não indiquem que tais violências no cotidiano das famílias brasileiras estejam relacionadas com a pobreza, visto que inúmeras são as outras influências as quais contradizem o caráter natural constantemente dado a esta junção, não é possível desassociar o padrão de convivência familiar das questões econômicas e sociais, que limitam a capacidade das famílias de garantirem a sobrevivência de seus filhos (AZEVEDO; GUERRA, s/a apud AMARO, 2003).

Os autores complementam que aumentará no período da COVID-19 a vulnerabilidade das famílias, em especial o amparo urgente às crianças e adolescentes em combate a todos os tipos de violência, ao mesmo tempo em que se redobra o dever por parte das instituições que possuem obrigação de cuidar de seus direitos, como: os conselhos tutelares, o atendimento pelo Disque 100, o funcionamento das delegacias e as varas da justiça da infância e da adolescência.


Volta às aulas em tempos da COVID-19


Variados países encontram-se retornando as atividades escolares. A China é um exemplo de país que está retornando com inúmeras precauções cautelosas para as atividades escolares. Assim, quatro publicações relatam suas preocupações e atenção ao planejamento dos demais países:


Quadro 3 – Preocupações e atenção ao planejamento


Artigo

Objetivo

[2] A Covid-19 e a volta às aulas: ouvindo as evidências

Examina situações de paralisação, uso do tempo e impacto de tecnologias no

desempenho escolar.

[10] Ganhos e perdas no aprendizado pela suspensão das aulas devido a pandemia do COVID -19

Apontar os ganhos e as perdas descritas pelos discentes, perante as aulas remotas.

[17] Levantamento das recomendações para a volta às aulas em tempos da COVID-19

Consolidar recomendações que já foram publicadas sobre o assunto, buscando contribuir para os gestores da educação em seus diferentes níveis.

[22] Retorno às aulas presenciais no sistema educacional do estado

do Pará-Brasil: Obstáculos e desafios durante a epidemia de Covid- 19 (Sars-Cov-2)

Investigar e alertar a população e aos órgãos gestores da educação no Estado do Pará dos efeitos ocasionados pela Pandemia COVID-19.

Fonte: Elaborado pelos autores


Os autores do artigo [2] relatam que a escapatória mais óbvia vista para o pós- pandemia é a trindade entre: ensino remoto, o uso de tecnologias e o aumento da carga horária, mas que dificilmente haverá uma resposta robusta para minimizar os déficits na pausa do calendário escolar. Dado que preconiza a literatura: apesar de inseridas intensamente ao dia a dia das escolas, tais opções citadas anteriormente improvavelmente abrangem componentes para amparar na melhoria dos alunos mais prejudicados.

No Brasil, já tivemos casos que não deram certo de retomadas do ensino, por isso os autores do artigo [22] apontam para observarmos e acompanharmos os demais países que estão sendo capazes de sair da pandemia.

Dias, Vogado e Barreto (2020) discorrem em seus estudos que as atividades escolares são aquelas em que se concentram numerosos indivíduos. Com isso, sabe-se que apenas com a vacinação os riscos acabariam e avançaríamos no campo educacional. Sucedendo com os artigos [10] e [17], os autores mencionam sobre as recomendações dispostas em vários órgãos sobre a reabertura das instituições de ensino, calhando com os demais artigos usados para a pesquisa, como: a) ensino híbrido (parte dos alunos em sala e outra parte em casa); b) letreiros alertando aos sinais da COVID-19 e como higienizar as mãos e uso de máscaras; c) sanitização dos ambientes escolares e gestão dos resíduos; organização dos horários de chegada, recreios e saída para evitar aglomerações; d) distanciamento social (redução do número de alunos por turma); e)


políticas específicas para alunos e profissionais dos grupos de risco; f) locais de isolamento para quem apresentar sintomas durante as aulas etc.


Considerações finais


Foi possível constar por meio da revisão bibliográfica o impacto que a educação vem sofrendo em razão da pandemia, inclusive trazendo à tona, novamente, problemáticas que pareciam já terem sido solucionadas, como a ausência de acesso por professores, estudantes e suas famílias à internet e dispositivos eletrônicos, além de habilidades e competências que muitos não possuíam.

Uma vez que a educação é um direito de todos/as, é essencial argumentar acerca das desigualdades sociais, em especial da população periférica, sendo crucial que se perfaçam políticas públicas em prazo prolongado, com maior abrangência e condutas emergenciais.

Isso, pois, apesar das diversas dificuldades encontradas, numerosas publicações nacionais e internacionais, o Brasil tem a chance de adquirir um riquíssimo conhecimento em minimizar os efeitos deletérios do período de fechamento das escolas.


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Como referenciar este artigo


FLEXA, N. S.; MAIA SÁ, N. M. C. As crianças e adolescentes e os desafios de educar na pandemia. Revista @mbienteeducação, São Paulo, v. 14, n. 2, p. 446-461, maio/ago. 2021. e-ISSN: 1982-8632. DOI: https://doi.org/10.26843/v14.n2.2021.1133.p446-461


Submetido em: 10/03/2021 Revisões requeridas: 20/05/2021 Aprovado em: 10/07/2021 Publicado em: 01/08/2021


CHILDREN AND ADOLESCENTS AND THE CHALLENGES OF EDUCATING DURING THE PANDEMIC


AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES E OS DESAFIOS DE EDUCAR NA PANDEMIA


NIÑOS Y ADOLESCENTES Y LOS RETOS DE LA EDUCACIÓN EN LA PANDEMIA


Nayana dos Santos FLEXA1 Nonato Márcio Custódio MAIA SÁ2


ABSTRACT: The current reality of Brazilian education is a reflection of management decision-making at the national level. Many are the obstacles that beset children and young people in Brazil, including socioeconomic, political, cultural, and educational issues. Based on the above, this work is delimited from a qualitative bibliographic review, of the descriptive type. The objective is to analyze and discuss the impacts on children and adolescents resulting from the lack of coexistence and a school routine. Secondarily, it aims to reflect on the importance of a look at the education and health of children and adolescents in times of social isolation. The results point to 25 selected articles that showed in their discussions the chances of Brazil to acquire knowledge and minimize the effects to the period of school closure. Finally, it is expected that the study can give greater visibility to the problem, since by sharing knowledge, it contributes to the improvement of the educator facing the current educational scenario.


KEYWORDS: Education. Inequality. Pandemic COVID-19. Occupational therapy.


RESUMO: A atual realidade da educação brasileira é reflexo de tomadas de decisão na gestão a nível nacional. Muitos são os percalços que assolam crianças e jovens no Brasil, incluindo questões de ordem socioeconômica, política, cultural e educacional. A partir do exposto, esse trabalho delimita-se a partir de uma revisão bibliográfica qualitativa, do tipo descritiva. O objetivo é analisar e discutir os impactos em crianças e adolescentes decorrentes da falta da convivência e uma rotina escolar. Secundariamente, visa refletir a importância de um olhar para a educação e a saúde das crianças e adolescentes em tempos de isolamento social. Os resultados apontam para 25 artigos selecionados que mostraram em suas discussões as chances do Brasil em adquirir conhecimento e minimizar os efeitos ao período de fechamento das escolas. Por fim, espera-se que o estudo possa dar maior visibilidade ao problema, uma vez que ao serem partilhados os conhecimentos, contribui-se para o aperfeiçoamento do educador frente ao atual cenário educacional.


1 University of Amazonia (UNAMA), Belém – PA – Brazil. Occupational Therapy Undergraduate. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1423-1742. E-mail: nayannaflexa42@gmai.com

2 State University of Pará (UEPA), Belém – PA – Brazil. Professor of the Occupational Therapy Department. Doctorate in Tropical Diseases (UFPA). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8673-6956. E- mail: marciosa16@gmail.com


PALAVRA-CHAVE: Educação. Desigualdade. Pandemia COVID-19. Terapia ocupacional.


RESUMEN: La realidad actual de la educación brasileña es un reflejo de la toma de decisiones de gestión a nivel nacional. Son muchos los contratiempos que aquejan a los niños y jóvenes de Brasil, incluyendo cuestiones de orden socioeconómico, político, cultural y educativo. Con base en lo anterior, este trabajo se delimita de una revisión bibliográfica cualitativa, de tipo descriptivo. El objetivo es analizar y discutir los impactos en los niños y adolescentes derivados de la falta de convivencia y rutina escolar. En segundo lugar, pretende reflejar la importancia de una mirada a la educación y la salud de los niños y adolescentes en tiempos de aislamiento social. Los resultados apuntan a 25 artículos seleccionados que mostraron en sus discusiones las posibilidades de Brasil para adquirir conocimientos y minimizar los efectos al período de cierre de las escuelas. Finalmente, se espera que el estudio pueda dar mayor visibilidad al problema, ya que al compartir el conocimiento, se contribuye a la mejora del educador frente al escenario educativo actual.


PALABRAS CHAVE: Educación. Desigualdade. Pandemia COVID-19. Terapia ocupacional.


Introduction


The cinematic work Harry Potter and the Deathly Hallows: Part I (2010) begins through the pronouncement of the Minister of Magic Rufo Scrimgeour (Bill Nighy). In an emphatic speech, the Minister says: "These are dark times, there is no denying it. Our world has never faced a greater threat than the one it faces today [...]". This speech reflects the current condition we are witnessing, amidst the economic, social, and health crisis deepened by the pandemic of the new COVID-19 (BRAATZ; WICKERT; KRAMER, 2021). Although the excerpt refers to a fictional scenario, the reality is not far removed from the portrayals of the art world. Thus, we are left with the challenge of facing the abrupt changes and the adherence to new habits, such as: social isolation, lock-down, use of face masks, alcohol for constant disinfection of hands, environments, and objects (SANTOS; CARDOSO, 2021).

According to Ferraz, Ferreira and Ferraz (2021), it is no longer consumerism that integrates the faults of our time, since we are instigated only to spend what is necessary, to relate with the closest family members and to see our home as a place of leisure, work, education and a refuge of protection and permanent coexistence. Complemented by


Loiola, Diab, and Grullon (2021), in addition to the challenges pointed out above, we cannot disregard the damage caused to education worldwide, particularly in Brazil.

Also, according to the authors, under great pressure the educational community is, due to the immediate and unannounced closure of educational institutions from primary to university, complete paralysis of classroom teaching, cuts in the portfolio of the Ministry of Education - MEC, the discredit to teaching professionals and the numerous attacks on educational and research institutions. In addition, family members are exercising their professional activities and having to shoulder the education of their children at home (FERRAZ; FERREIRA; FERRAZ, 2021).

Mattjie (2020) enunciates that even before the COVID-19 pandemic, Brazilian education was already facing numerous obstacles. With the closing of schools, it would be no wonder that a huge impact would occur. Parents, teachers, educational institutions, and students are experiencing a great challenge.

Complementing what has been discussed, Guerra (2019) points out that according to social media we have witnessed significant changes, such as the fact that teachers have become youtubers, parents have become teachers, and some schools still think of only accounting for a content that often is not reverted to the reality of children and their families.

Also, according to the author cited above, there are also children who have learning disabilities, are target audience of Special Education, among other difficulties that, if before, in person, there were already obstacles to inclusion, currently it is very difficult to follow the teaching and learning in the online mode. There are other problems, such as the lack of access to the internet or digital technologies, like computers, tablets, or cell phones. The same goes for teachers who don't have these technologies, or don't feel qualified to use them.

Considering the above, the present article had the following question: What will become of our children and adolescents?

Based on this, the objective is to analyze and discuss the impacts on children and adolescents of the lack of social interaction and school routine. As a secondary objective, the work aims to reflect on the importance of a look at the education and health of children and adolescents in times of social isolation.


Methods


From the methodological point of view, this is a bibliographic review research, qualitative, of descriptive type. For Lakatos and Marconi (2001, p. 183, our translation), bibliographical research "[...] encompasses all bibliography already made public in relation to the subject studied [...] its purpose is to put the researcher in direct contact with everything that has been written, said or filmed on a given subject".

The qualitative approach, according to Triviños (1987 apud OLIVEIRA, 2011), seeks to work the data seeking their meaning, based on the perception of the phenomenon within its context. Also, according to the author, the descriptive study aims to describe "accurately" the facts and phenomena of a given reality.

To compose the theoretical framework, virtual environments were used in the following databases: Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations - BDTD; Google Scholar; Network of Scientific Journals of Latin America and the Caribbean, Spain and Portugal - Redalyc and Scientific Electronic Library Online - SCIELO.

For the selection of the materials, we used as criteria authors that deal directly or correlate on the education of children and adolescents during the pandemic, and the materials were divided into three criteria, as shown in Figure 1 below:


Figure 1 – Criteria


Source: Prepared by the authors


The analysis of the collected data was performed from the content analysis technique adapted from Bardin (1979), having the following analysis steps: (a) exhaustive reading of the articles aiming at a global understanding of their authors; (b) identification and classification of the central ideas of each article; (c) comparison and classification in which the authors' discussions revolved, and; (d) writing the interpretative syntheses of each theme.


Results


They consisted of two stages of analysis of the results, the first stage being the literature survey, in which a total of 353,785 results were obtained from the following key words used:


  1. Descriptor, "Education, Pandemic and Occupational Therapy". About 40,100 results in Scholar Google, 4,585 for Redalyc, 226 from BDTD and only 17 in SCIELO;

  2. Descriptor, "Impacts by COVID-19". 22,100 results in Scholar Google, 11 in BDTD, 06 in SCIELO and only 02 from Redalyc;

  3. Descriptor, "COVID-19 and children/adolescents". 22.00 results in Scholar Google, 03 in SCIELO and zero in Redalyc and BDTD.


    The result was a total of 44 articles, of which 23 were published in Scholar Google, 09 in SCIELO, 10 in Redalyc, and only 02 in BDTD. These are presented in Table 1:


    Table 1 – Articles Identification


    Scholar Google

(2020) Shearley Lima TEIXEIRA

Source: Prepared by the authors


In the second step, an exhaustive reading (of the titles, abstracts, objectives, and results) was performed using content analysis; it was noted upon re-reading that certain publications did not meet the criteria, leaving 25 selected articles that have relevant content for this research.


Discussion


Teaching and Learning with Pandemic COVID-19


The world goes through transitions and so does education, but Aguiar (2020) says that teaching does not change overnight, the pandemic has been proving this daily with the challenges that arise. Nhantumbo (2020) complements in this sense, that online platforms are not that easy to work with.


Chart 1 – Inequalities in remote education


Article

Goal

[3] Alguns apontamentos para uma crítica da educação a distância (EaD) da educação brasileira em tempos de pandemia

Present a basic framework that articulates three fundamental elements of this process.

[7] Convivência virtualizada entre escola e lar em tempos de pande- mia: Uma reflexão sócio-educativa

To think in these times about the reconfiguration of the space-time

coexistence between school and home based on three aspects: school temporality, school format, and contexts of educational inequality.

[8] Coronavírus e desigualdades educacionais: Reposicionando o de-bate

It intends to address both the strategies adopted by educational

institutions, with the predominance of technological mediations and the use of digital tools, and the challenges of educating democratically in the current context.

[9] COVID-19 possibilida-des

e

educação:

Resistências,

desafios

e

(im)

Weaving reflections on the impacts and challenges of COVID-19 in education.

[11] Educação e infância: pandemia, tecnologias e o distanciamento das crianças

To present the tensions arising from the debate around the so-called distance education in early childhood education.

[12] Ensino a distância, dificuldades presencias: Perspectivas em tempos de COVID-19

Analyze the difficulties imposed to the accomplishment of the teaching-

learning process due to the impositions of the pandemic affecting the Human Right to Education.

[13] Famílias e escola em tempos de pandemia: Faces das desigual- dades educacionais em postagens do Facebook.

To analyze the social discourses regarding the impacts of the pandemic

on the field of education from the images of a "viralized" post and the comments generated on the social network Facebook on the subject.

Source: Prepared by the authors


The author of the article [12] chose to give voice to one of the most significant links in education, having interviewed 10 educators, five from public schools and five from private schools. Such experiences indicated that in times of pandemic, teaching- learning is surrounded by doubts and not by certainties: despite the viable communication with students, the virtual requires a high and structural commitment, as well as the teachers' health.

These aspects have triggered problems, such as: invasion to privacy in the lives of teachers; stress in the preparation and organization of classes (something that would last 50 to 60 minutes, has changed into 04 or 05 hours for the creation of a single video lesson). Associated to this we also witnessed the teachers' obstacle in using the technological tools and applications to prepare the remote activities (many are now understanding how to use them) (FERRAZ; FERREIRA; FERRAZ, 2021).

Also, according to the authors, such events bring to the teachers complications, such as: fear, the impression of insecurity, and mainly the precariousness of their work,


because too many attributions were delegated to the teachers, as well as to the students and their families. These subjects with their indecisions, uncertainties, and difficulties.

In addition to the existing adversities, the pandemic revealed how serious is the lack of access to digital technological resources of information and communication. Thinking about this and about knowing the reality of the impacts through social networks, the author of the article [13] analyzed the comments generated from a "viralized" post on Facebook.

The educational practice must be carefully observed in order to appreciate the situation of students who are racially and socially vulnerable, and to seek measures aimed at accessibility, in cooperation with the community and education professionals, in accordance with human rights (REIS, 2020).

Castells (1999) and Harari (2016) pointed out the damage to digital technological advances and novelties for life and the aggravations related to digital exclusion, leading to discuss the emergency access of the expansion to digital means of information and communication, since public managers and productive sectors of Brazilian society have misunderstood and neglected this issue for decades, thus considering it to be something nonessential for people's survival and that there were other priorities for investment.

According to Martins (2020), DE will come to an end, not because it has succumbed, much less because it has not contributed to the increase in the number of people who have completed formal middle/higher education. Its end will be the confirmation that its dismemberment as a category, "different" from normal education: this no longer makes sense since there is no longer Distance Education or Face-to-Face Education. We need the "whole" Education, a strategic and integral process that supports us in building a better future for humanity.


Impacts of COVID-19 on Children and Adolescents


In times of crisis, we have countless concerns, especially when we tell children and/or young people, since they are the most affected, because they are emotionally more fragile. 10 publications (Chart 02) show how this group is dealing with this new and totally different reality.


Chart 2 – Emotional and everyday impacts


Article

Goal

[1] Adolescer em meio à pandemia de Covid-19: Um olhar da teoria do amadurecimento de Winnicott

To reflect from Winnicott's theory of maturation on the

implications of the Covid-19 pandemic and social isolation measures for adolescent mental health.

[06] Impacto emocional imediato do COVID-19 em crianças e ado- lescentes e suas famílias

To study the emotional reactions of parents and children to the

diagnosis, as well as symptoms of anxiety, depression and stress one week later; to determine factors associated with the perception of the disease; to evaluate the emotional impact of a crisis intervention program.

[14] Isolamento social: Consequências inatividade física em crianças e adolescentes

físicas

e

mentais

da

It presents the possible consequences for the physical and mental

health of children and adolescents, who will be quarantined for long periods because of the COVID-19 pandemic.

[15] O olhar das crianças/adolescentes sobre a pandemia COVID- 19 e a Psicologia

To try to understand how children view this crisis known as "qua-

rentena", "pseudo-holidays", "war", "forced break from school", "hidden enemy", and how psychology can or could intervene in a positive and simplified way.

[16] O uso intensivo da internet por crianças e adolescentes no con- texto da COVID-19 e os riscos para violências autoinflingidas

It seeks to discuss the implications of social isolation due to the COVID-19

pandemic for intensive internet use among children and adolescents and its possible consequences for the practice of self-inflicted violence.

[18] Os efeitos da pandemia de COVID-19 na saúde mental das crianças

To describe and analyze the effects of the Covid-19 pandemic on their mental health from the discourse of elementary school children.

[19] Pandemia de Covid-19: Guia prático para promoção da saúde mental de crianças e adolescentes

Provide the pediatrician with useful recommendations to help

families minimize the impact of pandemic COVID-19 and social isolation on the mental health of children and adolescents.

[20] Proteção de crianças e adolescentes no contexto da pandemia

da COVID-19: Consequências e medidas necessárias para o enfrentamento

To draw attention to some of the main areas that can affect children

and adolescents at the present time and in the post-pandemic period and that demand responses from families, society, and the state.

[23] Terapia Ocupacional, cotidiano e pandemia COVID-19: in- quietações acerca do ocupar o tempo-espaço

Problematize the professional practice of the occupational therapist in face of the Pandemic COVID-19 phenomenon.

[25] Terapia ocupacional em tempos de pandemia: seguridade social e garantias de um cotidiano possível para todos

Occupational therapists' response to the CoVID-19 pandemic,

noting the pro-found impact on the lives, health and well-being of subjects, families and communities around the world.

Source: Prepared by the authors


Amid the current crisis, the mental health and behavior of the little ones is being shaken. It may not be apparent, but children and young people have been facing the pandemic in numerous ways. To better understand how this audience is coping, the authors of the article [15] interviewed 23 children and adolescents between the ages of 4 and 18. Most participants reported feeling sad, bored, upset, angry, and missing being able to do the things they loved, outside of their homes.

The preparation for emotional regulation of children and adolescents in a time of isolation is a primary condition, concerning with the emotional dysregulation capable of taking place in this new situation, in which emotions are at their "flower-of-skin", being necessary for children and adolescents to assimilate and generate awareness of their feelings (KIVISTO et al., 2015).

Psychologist Fabrício Ribeiro comments that "The pandemic of COVID-19 has subjected the routine to an adaptation of adults, children and adolescents alike”. For the specialist, this causes numerous disorders generated by intense cohabitation and lack of activities in public spaces. However, it is alerted to the realities experienced by the public, such as: the financial conditions of the family, the structure of the homes, the conditions of the neighborhood or by the possibility of performing or not the social isolation etc (COSTA, 2020).


In this sense, the present moment of facing COVID-19 needs us to reflect about how we have been occupying our time during this period of social isolation, either individually or collectively. The authors of articles [23] and [25] suggest a consultation with an Occupational Therapist, due to the difficulty in planning and/or performing their daily tasks and activities. According to Silva (2020), the Occupational Therapist is a professional who studies and applies his knowledge to provide people with strategies to organize their time, according to the context in which they are inserted, their interests and needs facing social expectations.

The Australian Occupational Therapists Association, focusing exclusively on the daily lives of the population, published a guide called "Normal life has been interrupted: managing disruptions caused by COVID-19" (OTA, 2020), which was translated into Portuguese by the Associação Cultural dos Terapeutas Ocupacionais do Estado do Paraná

- ACTOEP, under the title "Practical guidelines for healthy routines: learning to deal with routine changes due to COVID-19" (ACTOEP, 2020). This document provides key information for planning daily life in terms of productivity, self-care, leisure, environment, routine, and personal exercise. It also suggests practical tips for performing daily activities in home isolation, along with guidelines and recommendations for maintaining physical and mental health.

Although it is a fundamental measure, social isolation is expected to cause harmful psychological effects, being able to expand to physical ailments in different age groups, especially in children and adolescents who have stopped being in school (LOURENÇO; SOUZA; MENDES, 2019).

In line with what the authors of the articles [06], [14], and [19] point out in their studies, it is necessary to reflect on some effects of Covid-19 on children's mental health, trying to bring important suggestions to support families with the purpose of reducing the impacts of the pandemic and social isolation on the mental health of this public.

Rich (2020 apud Marcelino, 2020) states that entities such as the United Nations Children's Fund - UNICEF count on the development of guides to support parents and caregivers of children and adolescents with the most appropriate way to talk to the public about the current reality.

Articles [16] and [20] point out that school is an important support network for children and adolescents who do not see home as a safe place. However, approximately

1.5 billion of these children and adolescents worldwide are out of school, according to the


United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization - UNESCO (2020), due to COVID19.

Bassan (2020), Golfieri, Andrian (2020), and WHO (2020) point out that different countries, such as Brazil, China, the United States of America, France, and the United Kingdom, have noted the increasing violence against women, children, and adolescents during social isolation, when conducting a brief review on the subject in social media and the Internet.

Regardless of the emergence of the COVID-19 pandemic, the situation of boys and girls who experience violence in their homes was already worrying, since many times the abuser or aggressor is someone close to the victim (SILVA; OLIVEIRA, 2020).

Still according to the authors, the rate of violence is likely to increase as the pandemic continues, due to some economic problems, unemployment, or abuse of alcohol and other drugs, which increase household conflicts.

Although studies do not indicate that such violence in the daily life of Brazilian families is related to poverty, since there are numerous other influences that contradict the natural character constantly given to this junction, it is not possible to disassociate the pattern of family coexistence from economic and social issues, which limit the ability of families to ensure the survival of their children (AZEVEDO; GUERRA, s/a apud AMARO, 2003).

The authors add that during the period of COVID-19 the vulnerability of families will increase, especially the urgent support for children and adolescents in the fight against all types of violence, while at the same time the duty of institutions that have the obligation to care for their rights is doubled, such as: the guardianship councils, the assistance by dial 100, the operation of police stations, and the courts of justice for childhood and adolescence.


Going back to School in COVID-19 times


Many countries are returning to school activities. China is an example of a country that is returning with numerous cautious precautions to school activities. Thus, four publications report their concerns and attention to planning in other countries:


Chart 3 – Concerns and attention to planning


Article

Goal

[2] A Covid-19 e a volta às aulas: ouvindo as evidências

Examines downtime situations, time use, and the impact of technologies on school performance.

[10] Ganhos e perdas no aprendizado pela suspensão das aulas devido a pandemia do COVID -19

To point out the gains and losses described by the students in the face of remote classes.

[17] Levantamento das recomendações para a volta às aulas em tempos da COVID-19

To consolidate recommendations that have already been published on the subject, seeking to contribute to education managers at different levels.

[22] Retorno às aulas presenciais no sistema educacional do estado

do Pará-Brasil: Obstáculos e desafios durante a epidemia de Covid- 19 (Sars-Cov-2)

Investigate and alert the population and the educational management bodies in the State of Pará of the effects caused by the COVID-19 Pandemic.

Source: Prepared by the authors


The authors of the article [2] report that the most obvious escape route seen for the post-pandemic is the trinity between: remote teaching, the use of technologies, and increased course load, but that there is unlikely to be a robust response to minimize the deficits in the school calendar break. Given what the literature advocates: despite being intensely inserted into the daily life of schools, these options mentioned above are unlikely to include components to support the improvement of the most disadvantaged students.

In Brazil, we have already had cases of teaching restarts that didn't work out; that's why the authors of the article [22] point out that we should observe and follow the other countries that are being able to get out of the pandemic.

Dias, Vogado and Barreto (2020) state in their studies that school activities are those in which numerous individuals are concentrated. Thus, it is known that only with vaccination the risks would end and we would advance in the educational field.

Following with articles [10] and [17], the authors mention about the recommendations laid out in various organs about the reopening of educational institutions, calibrating with the other articles used for the research, such as: a) hybrid teaching (part of the students in class and another part at home); b) signs alerting to the signs of COVID-19 and how to sanitize hands and use masks; c) sanitization of school environments and waste management; organization of arrival, recess and departure times to avoid crowding; d) social distancing (reducing the number of students per class); e) specific policies for students and professionals from risk groups; f) isolation places for those who present symptoms during classes, etc.


Final considerations


It was possible to see through the literature review the impact that education has been suffering due to the pandemic, even bringing to the surface, again, problems that seemed to have already been solved, such as the lack of access by teachers, students, and their families to the Internet and electronic devices, and skills and competencies that many did not have.

Since education is a right for all, it is essential to argue about social inequalities, especially for the peripheral population, and it is crucial that public policies are implemented over a long period of time, with greater coverage and emergency measures.

This is because, despite the various difficulties encountered, numerous national and international publications, Brazil has the chance to acquire a wealth of knowledge in minimizing the deleterious effects of the school closure period.


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How to reference this article


FLEXA, N. S.; MAIA SÁ, N. M. C. Children and adolescents and the challenges of educating during the pandemic. Revista @mbienteeducação, São Paulo, v. 14, n. 2, p. 445-460, maio/ago. 2021. e-ISSN: 1982-8632. DOI:

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Submitted: 10/03/2021 Required revisions: 20/05/2021 Approved: 10/07/2021 Published: 01/08/2021


Responsible for the translation: Editora Ibero-Americana de Educação.

English version by: Alexander Vinicius Leite da Silva - ORCID: https://orcid.org/0000- 0002-4672-8799.